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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Crítica: Star Wars VII - O Despertar da Força


Em maio de 1977 George Lucas trouxe para o cinema uma das franquias mais admiradas e respeitadas do cinema (e até mesmo fora dele). Na verdade o primeiro longa foi exibido apenas como um filme único, sem a intenção de continuação. Em 1981 o filme foi relançado já adaptado para uma saga e assim aquele primeiro Star Wars tornou-se Star Wars IV - Uma Nova Esperança. Mais de 30 anos depois surge nas telonas o aguardado capítulo VII, com a difícil missão de continuar uma história clássica e muito querida. Mas com um diferencial: pela primeira vez George Lucas não está no comando. Desta vez J.J. Abrams assume o posto de diretor, provando ser um dos mais nerds da atualidade, tendo em vista seu trabalho em trazer Star Trek de volta das cinzas e seu currículo recheado de cultura pop.

Aqui os famosos light flares (não confundir com os sabres de luz, falarei deles depois) não se fazem tão presentes, na verdade são praticamente imperceptíveis durante a ação. Isso marca uma quebra no padrão de direção de Abrams, que sempre quando pode insere os famigerados flashes luminosos em cena, algo muito visto em Star Trek. Por mais que seja uma técnica muito questionada por alguns, ela já foi usada até mesmo por Zack Snyder em Homem de Aço. Em suma, ela funciona mas não se encaixaria na fotografia de Star Wars, o que tornou essa decisão do diretor muito sábia.

Outra quebra de paradigma acontece na trilha sonora. A certeira parceria entre Abrams e Michael Giacchino iniciada em Lost não ocorre aqui, dando lugar para o competente trabalho de John Williams. As músicas que embalam as cenas são bem orquestradas (principalmente em momentos de ação) mas não magistrais. Williams consegue nos emocionar novamente, mas sem o brilho dos filmes anteriores que tornou aquelas trilhas tão inesquecíveis. De repente essa falta é sentida pela ausência de uma trilha própria para um personagem marcante, como a Marcha Imperial de Vader. Se o mesmo foi feito com Kylo Ren, passa despercebido. Mas no aspecto geral a trilha se encaixa muito bem e deu um novo vigor para momentos de perseguição de naves, que recheiam o filme, diga-se de passagem.

Se por um lado temos naves de sobra na ação do longa, o mesmo infelizmente não pode ser dito dos sabres de luz. O objeto mais famoso e marcante do cinema tem apenas espaço para dois poucos momentos, sendo apenas uma aproveitada em um verdadeiro combate (que mesmo assim não chega aos pés de filmes anteriores). Até mesmo o criticado Episódio I possui cenas melhores trabalhadas com o sabre. Pelo menos um novo modelo foi apresentado pelas mãos de Kylo, que apesar de sofrer inevitáveis comparações a Darth Vader, consegue expor bem o sentimento de dubiedade e sua personalidade perturbada, trazendo à tona um vilão muito interessante a ser explorado futuramente. O mistério não persistiu desta vez e sua identidade já foi revelada logo no primeiro longa para não haver um novo "eu sou seu pai". 

Com mais acertos do que erros, O Despertar da Força consegue trazer o sentimento de nostalgia para fãs de longa data e ao mesmo tempo criar interesse na nova geração. Mais dois filmes estão à caminho, sem o comando de Abrams, mas é certo que a Força despertou melhor do que nunca.

Nota: